quarta-feira, 14 de abril de 2010

Rebusco da Castanha

O espectáculo "Rebusco da Castanha", tem encenação da coreografa Susana Gaspar, que recolheu os últimos vestígios de uma prática corporal caída em desuso, na aldeia de Famalicão da Serra - a pisa da castanha. O movimento de trabalho da pisa é o centro desta dança, em que as próprias pessoas de Famalicão sobem ao palco, para o preencher com o seu corpo colectivo. Pisadores, mulheres, adolescentes e crianças cruzam-se aqui, discursando, sem palavras, sobre o seu universo e a sua concepção do mundo, através de rituais de trabalho, gestos, brincadeiras, correrias e bailes animados pelo som da Fanfarra NemFáNemFum. Os pisadores são mestres, as mulheres são anjos, os adolescentes são monitorizados, as crianças são galgadores de montes e os musicos conduzem a dança.
Este espectáculo tem o apoio da Câmara Municipal da Guarda sendo uma co-produção da Casa da Cultura e do Centro Cultural de Famalicão da Serra.

Espectáculos:

7 de Março 2010 - Arrifana
14 de Março 2010 - Bento Meni Guarda
21 de Março 2010 - Videmonte
28 de Março 2010 - Aldeia do Bispo

Reportagem de Carnaval - Localvisão Guarda

Carnaval...Cheio de animação!

Uma comezaina popular de Entrudo e um cortejo espectáculo pelas ruas da aldeia foram os dois principais momentos do tradicional "Enterro do Entrudo", que se realizou no pasado dia 16 de Fevereiro de 2010, em Famalicão da Serra, concelho da Guarda. A folia foi animada por mais de 100 figurantes entre actores e musicos amadores, de onde se destacou a personagem do padre/cantador assegurada pelo entusiasta António José Neto, com bruxas e benzedeiras, chocalheiros, cantadores e tocadores à desgarrada, bombos e cabeçudos, burro carregador de vinho, fanfarra NemFáNemFum, a expurgação fúnebre das carpideiras, o Entrudo e a Matrafona. Muita música, assegurada também pela Banda Filarmónica de Famalicão, «alegria e máscaras de gente que expurgará os males passados, na esperança de boa e fértil primavera da vida, numa manifestação do povo». A iniciativa contou também com a participação de actores do Teatro da Vaca Fria - Centro Cultural de Famalicão, do Grupo de Teatro Experimental dos Trinta - Associação Raiz de Trinta, do Aquilo Teatro da Guarda, bem como o Grupo de Cantares da União Social e Desportiva da Arrifana, que contagiará com os originais Idalinos (mulheres de trapos com fatos produzidos pelas próprias num desafio do Todos à Roda, em homenagem à D. Idalina que os criou), e as estridentes bruxas/benzedeiras da Associação Cultural e Recreativa da Sequeira (Guarda).
De Famalicão mais de três dezenas de figurantes, entre o povo da procissão, dão corpo ao cortejo do Entrudo folião, com a carroça do palheto, as lanternas, o estandarte, as carpideiras e muito mais. Junta-se um grupo de percussão resultante de uma oficina desenvolvida (círculo de percussão orientada pelo formador Kula), durante o dia, na Casa da Cutura. Um frade pregador julgou o Entrudo, o padre regedor saiu em sua defesa; na fogueira foi queimado e o povo com música foi prendado. A noite branca segui com tocadores e cantadores espontâneos. Tratou-se de mais uma edição do Enterro do Entrudo, organizada pelo Centro Cultural de Famalicão, num processo de animação sociocultural participativo no contexto rural, promovendo um espectáculo de envolvimento comunitário espontâneo numa festa do povo, onde todos foram chamados a compartilhar e serem actores desta "invasão" festiva de Carnaval.

Deixamos algumas fotos para quem não pôde estar presente.